
Os diretores parecem então cheios justificativas para brincarem com a imagem, afinal o seu protagonista está extremamente alterado, correndo, matando, roubando em busca de vingaça. A forma expressaria o estado do personagem. Mas o excesso beira o rídiculo. Montagem frenética, redundante, inundada de efeitos desnecessários, usados para situar a ação, criar um suspense superficial ou simplesmente dançar ao ritmo da música.
De fato, percebo uma fraqueza na imagem produzida, os realizadores parecem não acreditarem na sua capacidade de criar imagens menos efêmeras. O produto, videoclíptico, parece ser feito para o consumo rápido e necessário, como a cocaína cheirada pelo herói no chão do banheiro. Necessidade criada pelo mercado, explicitas nos trailers, provocadores de desejo por uma obra esvaziada.
Como alternativa, mais satisfatória e perene, de imagens concretas e de peso, aponto filmes de Michael Mann, como Miami Vice e Fogo Contra Fogo. Filmes mais elaborados tanto imagética, quanto dramaturgicamente. Mas sobre esses, exijo mais que 25 minutos de reflexão.
3 comentários:
Sim, Adrenalina é ao mesmo absurdamente frágil e divertido. O efeito é inegavelmente apelativo e efêmero, videoclíptico assim como As Panteras - Detonando. As brincadeiras com intertítulos, efeitos especiais, bem resumindo, efeitos de pós-produção são meras brincadeiras, porém bem divertidas. É um filme que luta com todas as forças pra divertir e nada mais.
Sobre Michael Mann irei me ausentar virtualmente da discussão, pelo menos por enquanto.
Bom dialogo com meu texto, jotavilense!
Tudo bem, mas eu acho Panteras bem mais atraentes (duh!) por estar sempre consciente que é um produto pop, carregando-se de referências populares que geram alguma discussão.
Ahhhh, Panteras...yes!
A discussão a respeito de Adrenalina é que ele inova nas cenas de ação(comentário cretino!). Que eu me lembre tem cenas memoráveis de serem vistas e de logo serem esquecidas por ae. Tudo em prol da diversão.
Mas eu acredito nessa consciência dos realizadores de Adrenalina sobre ser um produto pop. Talvez não tão explícita como em Panteras, mas há. E claro, tem aquele discurso sobre a "reflexão do papel de ator de ação do Jason Statham". Acho que Carga Explosiva seria uma referência interessante pra Adrenalina.
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