segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A ação frenética

Tomo pra mim a tarefa de responder (está mais para dialogar com) o último (e primeiro) texto do meu colega mais mineiro. Me proponho fazer nos mesmos termos, no calor da hora, de madrugada, sem refletir muito sobre isso. E com alguma canastrice.

Adrenalina (Crank), de Mark Neveldine e Brian Taylor. Não é Luc Besson, mas, ora, não vou escrever sobre o francês se conheço-o mal. O terreno é parecido: filme de ação, testosterona e Jason Statham. E foi o Tiago quem me indicou. O filme , que parte de uma premissa tentadora para o público sedento por sangue, é sobre um assassino profissional (Statham) foi envenenado e para desacelerar a ação do veneno, ele precisa manter o nível de adrenalina alto. A morte será inevitável. O que temos com isso são perseguições de carro dentro de shoppings, tiroteios, sexo em público, uso de drogas e outras coisas divertidas.

Os diretores parecem então cheios justificativas para brincarem com a imagem, afinal o seu protagonista está extremamente alterado, correndo, matando, roubando em busca de vingaça. A forma expressaria o estado do personagem. Mas o excesso beira o rídiculo. Montagem frenética, redundante, inundada de efeitos desnecessários, usados para situar a ação, criar um suspense superficial ou simplesmente dançar ao ritmo da música.

De fato, percebo uma fraqueza na imagem produzida, os realizadores parecem não acreditarem na sua capacidade de criar imagens menos efêmeras. O produto, videoclíptico, parece ser feito para o consumo rápido e necessário, como a cocaína cheirada pelo herói no chão do banheiro. Necessidade criada pelo mercado, explicitas nos trailers, provocadores de desejo por uma obra esvaziada.

Como alternativa, mais satisfatória e perene, de imagens concretas e de peso, aponto filmes de Michael Mann, como Miami Vice e Fogo Contra Fogo. Filmes mais elaborados tanto imagética, quanto dramaturgicamente. Mas sobre esses, exijo mais que 25 minutos de reflexão.

3 comentários:

Unknown disse...

Sim, Adrenalina é ao mesmo absurdamente frágil e divertido. O efeito é inegavelmente apelativo e efêmero, videoclíptico assim como As Panteras - Detonando. As brincadeiras com intertítulos, efeitos especiais, bem resumindo, efeitos de pós-produção são meras brincadeiras, porém bem divertidas. É um filme que luta com todas as forças pra divertir e nada mais.
Sobre Michael Mann irei me ausentar virtualmente da discussão, pelo menos por enquanto.
Bom dialogo com meu texto, jotavilense!

Thiago Santana disse...

Tudo bem, mas eu acho Panteras bem mais atraentes (duh!) por estar sempre consciente que é um produto pop, carregando-se de referências populares que geram alguma discussão.

Unknown disse...

Ahhhh, Panteras...yes!
A discussão a respeito de Adrenalina é que ele inova nas cenas de ação(comentário cretino!). Que eu me lembre tem cenas memoráveis de serem vistas e de logo serem esquecidas por ae. Tudo em prol da diversão.
Mas eu acredito nessa consciência dos realizadores de Adrenalina sobre ser um produto pop. Talvez não tão explícita como em Panteras, mas há. E claro, tem aquele discurso sobre a "reflexão do papel de ator de ação do Jason Statham". Acho que Carga Explosiva seria uma referência interessante pra Adrenalina.