Devo confessar que esta mostra foi violenta.
O trajeto do meu balanço vai ser dos que eu menos gostei para os que eu mais gostei.Pra variar, serão impressões bem superficiais que tive dos filmes...
Across the Universe é um musical adolescente pretensioso que usa como chamariz a obra dos Beatles. Cheio de clichês e com uma construção lamentável, ele tenta de forma constrangedora seguir historicamente e esteticamente a carreira dos Beatles e as próprias relações pessoais internas da banda se manifestam nas relações dos personagens.
Invísivel é um daqueles filmes com vários curtas de diferentes diretores (algo que, cada dia que passa, eu abomino mais e mais). Este opta por mostrar grandes problemas do mundo que são invisíveis como a doença de chagas na Colômbia e todos aqueles problemas na África. Um filme, acima de tudo, incômodo pelo sensacionalismo dramático e muito infeliz em suas tentativas dramatúrgicas.
El Outro é um filme super argentino, mas bem mediano, totalmente sustentado pela boa atuação do protagonista. Conseguiu se livrar do estigma “remake de profissão: repórter” que a sinopse que rendeu.
Go go Tales foi algo estranho. Provavelmente porque eu tinha expectativas diferentes em relação a ele. Se eu fosse homem talvez ele valesse só pela quantidade de seios que aparecem por minuto. Não que eu ache isso forçado no filme, muito pelo contrario (ele se passa num bar de strip-tease, porque não teria mulheres nuas?!)
Nem de Eva, nem de Adão, do Civeyrac foi uma surpresa boa, um filme bem sensível, que gera um certo desconforto pela violência de algumas imagens. Traz uma solidão, uma incompreensão ao casal de adolescentes com uma densidade absurda.
Sukiyaki Western Django foi algo fantástico pra mim por desconhecer totalmente os filmes do Miike. Um filme interessante, que cospe referencias “pros cinéfilos se divertirem” e eu acho isso ótimo, pois é usado com bastante inteligência.
Em Gloria ao cineasta! Takeshi Kitano faz uma boa piada a respeito de qualquer possível reflexão sobre sua obra e depois se perde ao tentar se encontrar.
Vocês, os vivos é um filme que não conta nenhuma história, a principio. Mostra uma sociedade que aparentemente perdeu a vontade de viver com um humor negro que lhe cai muito bem e não parece dar nenhuma solução à morbidez dos personagens.
Persépolis é uma boa animação em flash, com soluções estéticas bem interessantes (não caiu no clichê Irã= pérsia = Aladim). O roteiro é bonitinho e didático; a história de uma garota que acompanha todo um movimento político no Irã (a queda do Xá e tudo mais), mas a personagem principal tem uma construção meio duvidosa e ambígua. E o filme é todo falado em francês, o que é muito confuso no começo.
Eu paro por aqui senão o negócio se estende demais. No total vi 18 filmes. Fico devendo algo sobre Paranoid Park, Senhores do Crime, Redacted, Beaufort, Import Export, A Amada, Tabu, Jogo de Cena, O Mundo (revisto) – o que é um deboche porque metade desses que eu “deixei pra depois” foram os que eu mais gostei. (olha a deixa pra eu criar vergonha na cara e escrever no meu blog sobre eles...)
Um comentário:
eba, já foram 3 balanços, 2 more to go. na verdade 1. desisti do Stefano, aquele velhinho que não gosta de postar...
Postar um comentário